Capítulo 5 - Just In Love (Parte 3)

- Eu não sei se consigo ser uma boa namorada ou algo do tipo pra alguém, Joe – ela disse me olhando docemente, como se aquelas palavras não estivessem estraçalhando meu coração – como eu já disse não quero te magoar. Vamos apenas deixar rolar Ok?! Eu disse que você teria sua chance e eu cumpro a minha palavra, mas eu não disse que seria fácil!

É... Eu devia ter imaginado que não seria nada fácil. Demi tinha todos os motivos do mundo pra não acreditar em mim e nem em meus sentimentos, mas eu ainda ia ser o motivo dos sorrisos dela, ainda ia fazer o coração dela disparar por mim. Eu ainda ia fazer Demetria me amar.

- Vem, vou te apresentar a minha casa. – ela disse me puxando pela mão para fora da cozinha.

Fizemos, então, um tour pela casa dela. Passamos por todos os cômodos e cada um parecia ter uma história engraçada que ela me contava aos risos. Eu acompanhava cada sorriso. Claro que também encontrávamos tempo para nos beijarmos em todos os lugares por onde passamos. Depois de conhecer tudo no andar de baixo, subimos as escadas. Ela me mostrou brevemente o quarto do pai dela, sem entrar em detalhes. Passamos pelo hall de cima que tinha uma janela enorme com visão para o jardim e percebi que havia uma porta ali perto.

- O que é ali naquela porta? – perguntei apontando com o dedo.

- É onde meu pai guarda as coisas dela. – ela disse tristemente olhando para a porta – vem, vou te mostrar – ela disse me puxando pela mão.

Entramos no quarto e fiquei deslumbrado com o que vi ali. Era como um quarto de lembranças. Havia cavaletes com quadros não terminados, uma arara com algumas roupas, um piano, uma pequena penteadeira onde estavam algumas joias e um perfume quase no fim. Em cima de uma estante pude ver porta-retratos, os que não estavam na sala. Neles tinham fotos de uma mulher bem bonita, com rosto alvo e cabelos negros. Agora eu sabia de onde Demetria tinha herdado tanta beleza. Muitas fotos, porém nenhuma com Demi.

- Porque não tem foto sua com ela? – eu perguntei ainda olhando para as fotos.

- Eu queimei todas – ela disse dando de ombros.

- E porque fez isso? – eu perguntei agora me virando para encará-la.

- Ela me machucou muito, Joe – ela respondeu simplesmente.

- O que aconteceu Demi? Porque ela foi embora? – perguntei um pouco sem jeito, mas sem conseguir conter a curiosidade.

Demi andou até o piano e sentou-se no banco. Ficou ali encarando o piano por alguns instantes, até que, depois de um suspiro auto, ela começou.

- Ela trabalhava em uma empresa muito importante, vivia viajando pelo mundo, sempre me trazia presentes – ela disse e um sorriso ameaçou se formar em seu rosto – eu tinha bonecas vindas da França, Inglaterra, Espanha... Eu amava isso. Até que um dia ela teve que viajar por 6 meses, eu tinha apenas 2 anos quando essa viagem aconteceu. Depois desse tempo ela voltou, meu pai conta que depois dessa viagem nada mais foi o mesmo. Ela estava diferente, misteriosa, vivia viajando mais ainda, quase não parava em casa. - Demi já tinha lágrimas nos olhos -  Então no meu aniversário de 9 anos ela enviou meu presente pelo correio. Uma boneca linda e um cartão. Um cartão de despedida. Ela não ia voltar e nem ao menos teve coragem de falar isso pessoalmente.

Eu estava sem reação. Meu coração estava apertado. Como uma mãe tem coragem de fazer aquilo? Demi não merecia nada disso.

- Depois de um tempo – ela continuou – meu pai descobriu que ela tinha outra família e vivia na Inglaterra. Mas sabe o que mais me machucou? – ela disse erguendo os olhos, vermelhos pelas lágrimas, pra mim – ela nunca mais me procurou, nunca mais quis saber de mim. Seu eu estava viva, morta, doente, feliz... Eu simplesmente não importava mais pra ela. Ela não se importa comigo!! Nunca se importou!!

Nesse momento Demi desabou e começou a chorar desesperadamente e soluçar sem parar. Ela estava finalmente pondo pra fora tudo o que ela havia guardado pra si. Ela estava, de certo modo, se libertando.

Corri até ela e a abracei. Eu queria poder sentir a dor dela, queria poder tirar tudo isso dela e transferir pra mim. Deus como eu queria! O corpo dela tremia contra meu peito por causa dos soluços, senti minha camisa ficar molhada devido às lágrimas que caiam sem piedade de seus olhos, mas não me importei. Demi se agarrava a minha blusa com toda a força que tinha, como se eu fosse fugir a qualquer momento. De certo modo, isso era bom pra ela, ás vezes é preciso ter um momento de fraqueza para seguirmos fortes a diante.

 Demi foi se acalmando e depois de um tempo ergueu os olhos pra mim enquanto limpava as lágrimas em seu rosto.

- Olha, eu não quero mais falar sobre isso – ela disse com a voz falha devido ao choro, mas já tentando se recompor  – já contei tanta coisa a você e eu nem sequer sei algo sobre a sua vida – ela riu brevemente.

- Minha vida é sem graça – eu disse fazendo uma careta.

Demi riu um pouco e depois voltou a fitar o piano a sua frente. Pareceu perder-se em alguns pensamentos, mas, com um suspiro alto, pareceu afastar todos os pensamentos e voltou seu olhar novamente a mim.

- Vem – ela disse levantando-se e segurando minha mão – tem um lugar que você precisa conhecer melhor.

Caminhamos até o quarto dela. Dessa vez eu consegui observar melhor os detalhes. Era um quarto amplo, sem muitos móveis, apenas uma cama box, uma mesinha de cabeceira, uma mesa com livros e um notebook com uma cadeira giratória na frente e duas portas que deduzi ser do closet e do banheiro. Havia alguns desenhos de borboletas lilases na parede onde a cabeceira da cama estava encostada. Nas demais paredes haviam prateleiras brancas com alguns enfeites, mas uma prateleira em especial me chamou atenção. Nela estava, cuidadosamente posta, uma boneca de pano com rosto de porcelana, linda, com olhos azuis e cabelos castanhos, próximo a boneca um cartão. Eu não precisava abrir pra saber que era o cartão de despedida da mãe dela. No fim das contas, Demi preferiu apagar todas as lembranças boas da mãe e deixar apenas a ruim. Ao lado da mesinha com livros tinha uma porta de vidro que dava passagem para uma sacada pequena. Era um quarto encantador, exatamente como a dona.

Ela me puxou pela mão e deitamos na cama, um do lado do outro olhando para o teto. Passamos horas conversando, sobre tudo e sobre nada. Não voltamos a falar da mãe dela ou de Nick. Apenas coisas boas e engraçadas da infância dela e da minha. Estávamos nos conhecendo.

Depois de um tempo, Demi deitou em meu peito e eu a abracei pela cintura. Era extremamente reconfortante tê-la em meus braços. Como se daquela forma eu pudesse protegê-la de tudo o que a consumia, de tudo que a fazia sofrer. Sem perceber caímos no sono, o que não era de se surpreender já que estávamos acordados a mais de 24 horas.

Continua...

n/a: Post da madrugada ;) Lindas me desculpem, eu cheguei da faculdade com muita coisa pra fazer, entrei no tt só pra ver a Demi colocando a mão lá no cimento e me encher de orgulho da nossa bebê e depois comecei meu martírio, fiquei estudando a madrugada toda e depois me senti culpada por não ter postado e resolvi postar agora ( 4:30 da madrugada aqui em Manaus :S) o capítulo não é dos melhores mas é bastante esclarecedor em alguns aspectos. Espero que gostem lindas, comentem e deixem sua opinião, sério eu levo muito em consideração u.u Até o próximo post lindas!! Bjs!! :**

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P.S.: Desculpem-me pelas respostas sem graça e sem criatividade, tô morrendo de sono e não tô mais raciocinando direito! :S