Oi amores :)
Começo pedindo desculpas, mas antes de esclarecer o por quê de estar tão ausente vou deixar os links com as respostas dos comentários que eu estava devendo:
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Pronto! Dívida paga hahaha
Agora vamos as divulgações:
A dona do blog é minha xará, então ÓBVIO que o blog seria divo né? u.u kkkkkk sério amores, entrem lá e se apaixonem porque é tudo muito lindo!
Blog da Samara: Mirrors
Não sei quem é a dona desse blog, mas ameeeeei demais e recomendo mesmo viu amores!
Jemi - Girl Glass
Agora vem a parte difícil ~respira fundo~
Bem amores, como vocês devem ter percebido ando a bastante tempo faltando com vocês. Juro que não é culpa minha porque eu AMO escrever e AMO estar aqui e lá no twitter também, porém tem certas coisas que fogem ao nosso controle... Algumas pessoas sabem, mas outras não devem imaginar como é minha rotina, mas eu acordo muito cedo todo o dia e volto pra casa de noite porque minha faculdade é integral, ou seja quase não tenho tempo mesmo! E agora está tudo na reta final, as matérias estão maiores e me exigem mais... Ainda tem o fato de eu estar estudando pra um concurso público que vai ter aqui na minha cidade em que eu PRECISO passar! Resumindo tudo amores, é com o coração despedaçado que comunico que muito provavelmente (quase certeza) que essa será minha última fic postada :( Aproveito pra pedir um pouco de paciência de vocês porque vou demorar um pouco pra postar os capítulos pelos motivos que já mencionei, mas que vou concluir essa fic sim! Espero que me entendam e que saibam que se dependesse de mim eu não sairia daqui nunca, mas a gente cresce e a responsabilidade chama né? :/ Me arrependo de não ter entrando nesse mundo antes, mas cada segundo aqui valeu e ainda valerá apena amores! Mas despedidas deixamos pra depois, por enquanto vamos curtir o tempo que nos resta né? Então até próximo capítulo e muito obrigada por tudo! AMO VOCÊS! <33 Beijos! :**
19 de fevereiro de 2014
6 de fevereiro de 2014
Capítulo Doze
"Oh, if the sky comes falling down, for you. There's nothing in this world I wouldn't do." - Hey Brother, AVICII.
-
Por que você está assistindo isso? – Joe perguntou depois de sentar ao meu lado
no enorme sofá da sala.
-
Porque é legal e eu gosto... – disse sem tirar os olhos da TV que passava a
série The Vampire Diares.
-
Vocês meninas e essa estranha atração por vampiros. Vocês sabem que eles são
assassinos cruéis? Uma espécie de psicopatas do mundo irreal?
-
Sim, acho que sei... Mas não tenho culpa se os vilões as vezes são mais atraentes
que os mocinhos. – disse sando de ombros.
Joe
apenas riu de lado e voltou sua atenção à TV até que a campainha da casa soou.
Joe caminhou até a porta e depois de verificar quem era pelo olho mágico abriu
a porta, cuidadoso. Não ouvi a conversa, mas logo notei que alguém entrava pela
sala.
-
Querida!
-
Vovô! – me lancei nos braços do meu avô quase o fazendo cair para trás. –Que
bom que veio.
-
Vim assim que recebi seu recado princesa e... Não posso acreditar. – ele disse
e depois me afastou um pouco apenas para olhar meu rosto. – Me conte melhor
essa história.
-
Bem, eu vou deixar vocês a vontade... – Joe disse e subia as escadas em direção
ao seu quarto.
-
Garoto simpático, quem é? – meu avô perguntou.
-
É o filho da minha professora e meu melhor amigo também.
Demorei
algum tempo tentando explicar ao meu avô tudo o que aconteceu. Tentei segurar
as lágrimas, porém não sou tão forte quanto imaginava. Relembrar tudo aquilo
fez meu coração doer novamente.
-
Eu não posso acreditar que o irresponsável do meu filho foi capaz de fazer
isso! – meu avô disse com o rosto muito vermelho de raiva. – Meu Deus, que
espécie de ser humano eu criei?
-
Calma vô... O senhor não pode ficar nesse estado, olha o coração... – eu o
adverti.
-
Oh, minha filha... O que eu posso fazer por você? – ele disse fazendo carinhos em
meus cabelos. – Já sei. Venha morar comigo e com sua avó! Isso, ela iria adorar
e a casa é enorme... – ele estava radiante.
-
Eu não sei vô... Eu gosto daqui não queria ter que ir pra outro estado... –
disse sendo sincera.
Meus
avôs moravam em uma casa enorme muito bem localizada no interior do Paraná.
Foram pra lá ao se aposentarem e sempre diziam que era o melhor lugar pra
passar o resto da vida. Mas eu não estava disposta a isso. Cresci em São Paulo,
como poderia me adaptar ao interior?
-
Mas você não pode morar aqui pra sempre, querida? – ele disse sensatamente.
-
Eu sei... E pensei nisso também... – mordi o lábio inferior antes de prosseguir
e por pra fora a idéia que já vinha amadurecendo em minha mente. – Achei que o
senhor poderia me dar um apartamento de presente...
Meu
avô parou por alguns instantes sem expressão. Depois de parecer digerir a idéia
ele respirou fundo e disse:
-
Tudo bem, acho que é o mínimo que posso fazer em nome do seu pai... – ele disse
e sorriu ao receber meu abraço.
-
Muito obrigada vô! – eu estava explodindo de felicidade.
-
Amanhã mesmo eu falo com meu corretor e peço pra ele fazer um levantamento de
alguns apartamentos e os envio pra que você escolha.
Enchi
meu avô de beijos e o abracei forte. Ao que parece minha família não era de
todo ruim.
Depois
disso, Beatrice chegou e convidou meu avô a jantar conosco e ele aceitou o
convite. Conversamos alegremente e me avô disse que voltaria para o Paraná dali
a dois dias. Ao terminamos o jantar e depois de conversamos um pouco mais meu
avô anunciou que iria embora e eu o acompanhei até a porta.
-
Obrigada de novo, vô. – disse enquanto o abraçava.
-
Imagina minha filha. É... como anda sua mesada?
-
Bem, cortei relações com eles vô e isso inclui o dinheiro deles.
-
E como pretende se sustentar? – ele perguntou curioso.
-
Vou trabalhar como todo mundo. – disse normalmente.
Meu
avô riu gostosamente e eu fiquei sem entender o por que.
-
Pode deixar que eu assumo sua mesada daqui pra frente até você se formar e seus
cartões de crédito também...
Sorri
abertamente e o abracei de novo.
-
Como vou poder agradecer, vô?
-
Você e minha neta, como poderia deixar você sozinha depois de tudo o que me
contou? – ele disse sincero. – Mas se quer me agradecer, venha me visitar na
férias. Sua vó iria adorar!
-
Vou sim, pode deixar!
Depois
de um longo abraço nos despedimos e meu avô seguiu para o hotel onde estava
hospedado. Fiquei sabendo algum tempo depois que no dia seguinte ele foi falar
com meu pai e entre outras coisas disse que tinha vergonha de ter um filho como
ele. Um rato ao invés de um ser humano. Naquele dia meu avô também mudou seu
testamento, deixando tudo o que a ele pertencia apenas para mim.
Continua...
*"Se o céu vier caindo em você. Não há nada neste mundo que eu não faria."
n/a: Amores aqui estou eu! Mil desculpas pela demora, mas meu notebook quebrou :( estava tentando recuperar a fic e consegui esses dias, daí escrevi esse capítulo super rapidinho pra vocês até eu conseguir escrever algo melhor... Bem, é um capítulo super simples e super curtinho mas serve pra vocês saberem que a Demi é super rica e tem como se mentar até se formar e começar a trabalhar por sim :D Enfim... Espero que gostem, vou ficar devendo o as respostas de novo, mil perdões por isso, mas vou fazer um post só com as respostas. PROMETO! Agora tenho que sair porque estou usando o pC da sala e meu pai precisa dele :/ Beijos amores e até a proximo post! :**
28 de janeiro de 2014
Capítulo Onze
“She wants to go
home, but nobody's home that's where she lies, broken inside. With no place to
go, no place to go. To dry her eyes broken inside.” - Nobody's Home, Avril Lavigne.
Eu
estava a mais ou menos vinte minutos sentada dentro do meu carro tentando
controlar minha respiração e a ânsia de vomito que tomava conta de mim. Nunca
pensei que a casa onde fui criada e que me trazia tanta segurança agora me causava
repulsão. Depois de ensaiar uma saída pela milésima vez, percebi que jamais
estaria pronta para aquilo de novo. Foi quando decidi que não poderia fazer
aquilo sozinha. Peguei minha bolsa que estava no banco do passageiro e tirei
meu celular de dentro. Depois de chamar algumas vezes, finalmente atenderam.
-
Joe? – minha voz falhou e nessa hora notei que minha garganta estava seca.
-
Demi, o que aconteceu? – o tom era de preocupação.
-
Eu estou a meia hora parada em frente a minha casa Joe e eu... Não consigo. –
disse sem rodeios.
-
Você disse que seus pais não estariam em casa. – ele relembrou o que disse a
ele quando o informei que iria até minha casa.
-
Eu sei, mas e se estiverem? Como vou encará-los?
-
Você vai ter que enfrentar isso um dia. – o jeito como ele disse deixou a frase
mais branda.
Mordi
os lábios, respirei fundo e criei coragem.
-
Será que você poderia vir até aqui?
Houve
um breve silêncio antes da resposta.
-
Estou aí em alguns minutos.
Não
demorou nem dez minutos até o momento em que avistei a moto de Joe estacionando
bem em frente ao meu carro. O vi saltar da moto e tirar o capacete ao mesmo
tempo em que eu saia do carro e acionava o alarme.
-
Vamos? – ele disse assim que se aproximou.
Eu
apenas assenti com a cabeça.
O
caminho até a porta da frente da minha casa nunca me pareceram tão longos e a
cada vez que me aproximava, mais sem ar eu ficava. Quando minha mão alcançou a
maçaneta respirei fundo e girei. Assim que entrei foi como estar revivendo cada
momento daquele pesadelo. Tinha acontecido ontem, mas agora pareciam décadas.
A
atmosfera da casa estava diferente. Gélida e sem vida. Como se o próprio imóvel
também estivesse sentido por tudo o que aconteceu. Subi as escadas com Joe em
meu encalço e estranhei o fato de nenhum dos empregados ter aparecido.
Certamente ganharam um dia de folga, pensei.
Depois
de entrar no meu quarto agi rapidamente. Peguei duas malas grandes e comecei a
colocar minhas roupas e pertences pessoais dentro delas. Joe apenas me
observava. Talvez ele nunca consiga imaginar o buraco que se instalou em mim
naquele momento. Antes de deixar meu quarto dei uma última olhada para trás. Eu
nunca mais o veria.
Joe
me ajudou com as malas enquanto descia as escadas e eu já conseguia sentir a tensão me deixando e dando lugar ao alívio. Cedo demais. Assim que pus
os pés no último degrau da escada ouvi a chave girar na porta e em poucos
segundos minha mãe entrou em meu campo de visão me fazendo congelar no lugar
onde estava e subitamente parar de respirar.
-
Filha? – ela disse de maneira quase inaudível. Não consegui dizer nada. – O que
são essas malas? Você está fugindo?
-
Fugindo? – eu perguntei de maneira irônica. – Não, eu estou indo embora mesmo.
-
Querida essa é uma atitude muito precipitada e eu...
-
Precipitada? – eu a interrompi. – Você não pode estar falando sério!
Ela
baixou a vista e deu um passo na minha direção e de maneira totalmente inesperada Joe fez o mesmo de modo a se por quase entre mim e ela.
-
Você não pode ir embora, Demi. O que vai ser de mim sem minha única filha? –
seus olhos começaram a lacrimejar.
-
Tenho certeza que você vai se virar bem. – respondi secamente.
-
Não fala assim...
-
Como você quer que eu fale? – perguntei e sem notar já elevava o tom da minha
voz. – Aliás, me diga como você acha que eu devo agir depois de tudo o que
aconteceu?
Ela
não disse nada, porém as lágrimas começaram a rolar livremente por seu rosto.
-
Não me diga que você pensou que eu voltaria pra casa e nós viveríamos felizes para sempre! Acho que os seus remédios controlados estão começando a afetar sua
sanidade, mamãe. – eu disse essa última palavra com repugnância. Ela levou as
mãos ao rosto e seus soluços se tornaram mais alto. – Sabe, essa pode ser a
explicação perfeita para suas amigas: “Oh, não foi nada, eu tomei uns remédios
muito fortes e fui pra cama com o noivo da minha filha!”
-
Para com isso! – ela pediu entre soluços.
Mas
eu continuei meu teatro, imitando seus trejeitos e zombando-a sem piedade.
-
Eu não pensei na minha querida filha um só instante porque eu sou uma puta
egoísta!
Aconteceu
muito rápido. Nem os reflexos de Joe conseguiram impedir. Quando dei por mim já
estava jogada no chão, sentindo meu rosto formigar.
-
Você me bateu? – perguntei incrédula. – Você, além de tudo, ainda tem coragem
de me dar um tapa na cara?
-
Eu não queria, me desculpa... Eu... Você começou a falar essa coisas e ... Me
perdoa! – minha mãe estava praticamente implorando meu perdão, mas eu não
conseguia sentir nada pela mulher chorosa a minha frente.
-
Saiba que daqui pra frente eu não tenho mais mãe nem pai. Sou órfã! – levantei
do chão e peguei minha mala. – Não venha atrás de mim, pois eu não conheço mais
você!
Sai
daquela casa com um peso no coração. Joe colocou as malas no porta-malas, mas
ao chegar perto de mim percebeu que eu não conseguia abrir o carro, pois minhas
mãos tremiam incontrolavelmente.
-
Ei, acho melhor eu dirigir. – ele disse com a voz doce pegando a chave da minha
mão. Eu concordei com a cabeça e dei a volta no carro para sentar no banco do
carona.
-
Desculpa. – Joe disse antes de dar partida. Olhei pra ele sem entender. – Por
não ter evitado o tapa.
-
Não tem problema. – eu respondi sincera. – Estava precisando dele pra perceber
que tudo não foi um pesadelo e que essa é realmente minha vida.
Joe
nada respondeu. O resto do caminho de volta passou como um borrão perante minha
vista. Minha mente estava longe e nem mesmo eu sei por onde ela vagava. A única
coisa de que eu tinha certeza naquele momento era de que toda a minha vida iria
mudar, eu só não fazia ideia do quanto.
Continua...
* "Ela quer ir pra casa, mas ninguém está em casa. É onde ela se encontra, arrasada por dentro. Não há lugar pra ir, não há lugar pra ir, secar suas lágrimas arrasada por dentro."
n/a: OLÁAAAAA AMORES!!! VOLTEEEEEI! Que saudade que eu tava daqui! <3 Então, como vão as coisas? Já voltaram a estudar ou ainda estão de boa na lagoa come eu? hahaha Gostaram da pirralha, digo, minha irmã? :D Bom, está ai mais um capítulo desculpem a demora mas as coisas tendem a se normalizar agora tá? É isso amores, comentem, conversem comigo e tals... AMO vocês e até o próximo post! :**
p.s.: vou responder aos comentários depois tá amores lindos! :**
21 de janeiro de 2014
Capítulo Dez
"Settle down, it'll all be clear. Don't pay no mind to the demons, they fill you with fear. The trouble it might drag you down. If you get lost, you can always be found. Just know you’re not alone, cause I’m going to make this place your home"- Home, Phillip Phillips
-
Porque? Porque comigo? O que eu fiz pra eles? - eu perguntava entre soluços.
-
Não se culpe por algo que não foi você quem fez. - ele disse baixinho em meu
ouvido.
-
Mas então porque, Joe? - eu perguntei dessa vez olhando em seus olhos.
-
Eu não sei... – disse hesitante, como se doesse falar aquilo.
-
Por um momento, pequeno, eu cheguei a esquecer de tudo, mas quando fiquei
sozinha naquele quarto, foi como se tudo voltasse. – as lágrimas ainda rolavam
pelo meu rosto. – Não quero ficar sozinha...
Joe
ficou visivelmente sem saber como agir, mas por fim fechou a porta atrás de si
e caminhou comigo até o quarto.
-
Fico aqui com você até pegar no sono. – ele disse sentando em uma poltrona
próximo a cama.
Balancei
a cabeça confirmando e deitei, jogando o edredom por cima de mim logo depois.
Mas minha cabeça trabalhava a mil por hora. Não conseguia, nem por um segundo,
desligar meu cérebro. De vez em quando as lágrimas me invadiam e a sensação de
vazio continuava ali.
-
Joe? – chamei baixinho em meio a luz fraca do abajur. – Tá dormindo?
-
Não. – ele respondeu simplesmente.
-
Não consigo dormir.
-
É só fechar os olhos... Não tem erro. – ele disse com o tom de sempre e eu
bufei virando-me pra ele.
-
Falando assim até parece fácil.
-
Mas realmente é...
-
Como você consegue? – perguntei intrigada, mas já sabendo que ele não
entenderia minha pregunta. De fato, ele fez cara de desentendido e eu
completei. – Em um momento você é um amor de pessoa e no outro é um chato!
-
O que posso dizer? É um dom. – Joe respondeu como se eu o tivesse elogiado.
Olhei-o
incrédula, mas percebi que de alguma forma Joe sempre conseguia me desfocar do
que aconteceu. Não sei se fazia de propósito, mas o fato era que sempre me
levava a outra direção que não a traição que sofri. Realmente era um dom.
-
No que está pensando? – ele quis saber, mas fez a pergunta de olhos fechados e
cabeça recostada para trás.
-
Em muita coisa... Em nada... – soltei um suspiro pesado antes de continuar. – Na
verdade minha cabeça está uma bagunça!
-
Não é pra menos...
-
Joe? – chamei, mas ele continuou do mesmo jeito.
-
Porque você está fazendo tudo isso por mim?
-
Você é minha melhor amiga, esqueceu? – ele disse com tom óbvio.
-
Mas a gente se conhece a menos de um mês... Como você sabe que pode confiar em
mim pra ser sua melhor amiga? – perguntei olhando para ele que continuava de
olhos fechados.
-
Bom, simplesmente sei... – Joe deu de ombros ao dizer isso. – Tempo nem sempre
é proporcional a confiança.
Não
ouve maldade, mas ele soube no mesmo instante em que as palavras terminaram de
sair de sua boca que talvez tivesse falado demais. Porém antes que ele pudesse
dizer algo eu me antecipei.
-
Você está certo. Pena que se esqueceram de me avisar sobre isso na escola. –
ironizei.
-
Certas coisas não se aprende na escola...
Houve
uma concordância muda e depois disso o silêncio pairou no ambiente por longos
minutos. Não sei quanto ao Joe, mas em minha cabeça várias coisas pairavam.
Perguntas como: O que eu faria agora? Como seria minha vida dali por diante? O
que esperava por mim pela manhã?
-
Joe? – chamei em um quase sussurro e ele apenas resmungou em resposta. –
Obrigada.
Ele
não respondeu. Depois disso não me lembro de mais nada. Adormeci.
Os
primeiros raios de sol atravessaram pelas cortinas me fazendo despertar. Não
sabia que horas eram, mas a julgar pela minha rotina não devia passar das oito.
Espreguicei-me ainda deitada e passei alguns segundos em relutância para
levantar.
Ao
sentar na cama e por os pés no chão me dei conta de que não estava em meu
quarto e fui atingida pela realidade como um tiro. Como um filme de terror ouvi
os gritos de minha mãe, o choro de Angelina e as palavras sem fundamento de meu
pai e de Maurício ecoar pela minha cabeça.
Levei
a mão ao peito e pressionei como se isso fizesse a dor passar, mas de nada
adiantou. Depois a levei a cabeça e sentir a veia da minha têmpora latejar. Eu
estava sem rumo e não tinha ideia do que faria, mas de uma coisa eu tinha
certeza: Não voltaria mais para minha casa.
-
Você está bem querida? – a voz suave de Beatrice invadiu o ambiente e me senti
um pouco mais segura só de ouvi-la.
Virei-me
para ela que estava encostada da soleira da porta com a mão no peito e com
sinais de preocupação na face.
-
Não sei. – respondi sincera e soltei o ar pesadamente.
-
Joe me contou o que aconteceu antes de sair.
Subitamente
olhei para a poltrona onde Joe adormecera na noite anterior e a vi arrumada.
-
Ele saiu? – perguntei sem tirar os olhos da poltrona.
-
Hoje é o primeiro dia de trabalho dele. – ela disse sorrindo tímida e avançando
quarto adentro. – Tem uma mesa com coisas deliciosas esperando por você lá
embaixo.
-
Não estou com fome.
-
Precisa comer. – dizendo isso, Beatrice sentou ao meu lado e começou a afagar
meus cabelos bagunçados. – Sei que deve estar doendo... Mas acredite, sempre há
como superar.
Beatrice
olhou ao redor e esse gesto me fez entender o que ela queria dizer. A dor da
perda de sua filha.
-
Nunca poderia imaginar... – deixei escapar.
-
Você se refere a minha perda ou a sua? – ela perguntou delicada.
-
As duas, na verdade. – disse com o olhar baixo.
-
Eu também não, querida. – ela disse e deixou a mão suave pousar em meu ombro. –
Mas a vida tem dessas coisas.
-
Como conseguiu continuar? – levantei meus olhos para perguntar isso.
-
Não consegui. – ela disse simplesmente. – E esse quarto é prova disso.
Beatrice
riu tristonha e levantou da cama fazendo um último afago em meu rosto.
-
Estou esperando lá embaixo.
Ouvi
a porta fechar e respirei fundo antes de caminharão banheiro e ver no reflexo
do espelho oque restava de mim. Pálida, com uma grande mancha roxa embaixo dos
olhos e os cabelos desgrenhados. Desci os olhos para a minha roupa e então me
dei conta de que só tinha aquela. Soltei o ar pesadamente em sinal de derrota
ao perceber que teria que voltar àquela casa antes mesmo do que eu imaginava.
Continua...
* Acalme-se, tudo vai ficar claro. Não preste atenção aos demônios, eles enchem você de medo. O problema pode arrastá-la para baixo. Se você se perder, você sempre pode ser encontrada. Apenas saiba que você não está sozinha, porque eu vou fazer deste lugar o seu lar."
n/a: Atualização, é pra glorificar de pé Igreja!!! Ok, primeiramente desculpas MESMO c/ a demora na att, eu tive problemas com a faculdade, tinha que ir direto lá p/ resolver e como minha irmã vem bem mostrando nesta fic, desgraça não vem sozinha: o computador da mana deu problema e o capítulo tava lá então passei esse tempo s/ poder fazer muita coisa. Mas águas passadas, cá estou e sério, eu não sei vocês mas eu achei o trecho da música super fofo e super a vê com o capítulo ^^. No mais espero que tenham gostado e já me despeço de vocês, pois a póxima att será feita pela Sammy que já voltou de férias. Bjus no coração e bye :D
4 de janeiro de 2014
Capítulo Nove
“All my
life, I played like a winner. Now all I see looking back in the mirror, demons
in my head. The demons in my head. All this time, the saint was a sinner. The
joke's on me, a stone cold killer. Demons in my head. The demons in my head” –
Demons, The Wanted.
Eu
estava completamente desorientada e chorava copiosamente ao volante. Não sei
quem foi, mas Deus abençoe o cara que criou a película para os vidros dos
carros, pois isso impediu que muitas pessoas me vissem no estado deplorável em
que me encontrava.
Meu
celular tocava insistentemente. Horas brilhava com o nome da minha mãe, horas
com o do meu pai e diversas vezes com a de Maurício. Nenhuma vez com a de
Angelina.
Meu
cérebro deveria ganhar um prêmio, porque na ausência de comado dessa que vos
escreve, ele decidiu agir por conta própria e acabou por me levar até a casa da
senhora Mathews. Demorei pra criar coragem e descer, mas eu precisava de
alguém, precisava por tudo pra fora caso contrário eu morreria a qualquer
momento com aquela dor. Me olhei no retrovisor e só o que vi foi uma mancha
negra embaixo dos meus olhos que estavam muito vermelhos. Tentei melhorar um
pouco a situação, mas não sei se adiantou muito. Desci do carro e deixei meu
celular lá dentro. Não precisaria dele tão cedo. Caminhei até a porta e toquei
a campainha. Esperei. Toquei a campainha novamente e dessa vez não demorou e a
porta se abriu.
-
Você está muito ocupado? – perguntei, com a voz embargada, a um Joe descabelado
e com roupas de dormir.
Ele
me olhou de forma surpresa e atônita como se em sua frente estivesse um
fantasma. Bom... Acho que a missão "parecer um pouco melhor" tinha
falhado.
-
O que aconteceu? - ele perguntou me puxando para dentro e fechando a porta.
-
Eu... Eu... - não conseguia falar. Colocar isso pra fora em voz alta tornaria
tudo irremediavelmente real. Não sei se estava preparada pra isso. No entanto,
lembrar as cenas que vi me fizeram cair no choro novamente. Soluços e mais
soluços, lágrimas e mais lágrimas. Parecia que nunca ia passar.
Senti
os braços de Joe me envolver e a mão dele encostar minha cabeça e seu peito e
depois afagar meus cabelos. Isso só fez com que meu choro ficasse ainda mais
intenso. Me agarrei com toda a força que tinha á blusa dele e me entreguei de
vez ao pranto. Minhas pernas fraquejaram e se Joe não tivesse me segurado, com
certeza teria caído e não sei se conseguiria levantar.
-
Calma... - ele disse baixinho e, cuidadosamente me encaminhou até o grande sofá
de sua sala. Já sentados continuei com a cabeça em seu peito e minhas lágrimas
já ensopavam a blusa dele.
Aos
poucos o choro foi cessando. Não sei quanto tempo demorou pra isso acontecer. O
que sei é que Joseph ficou ali, quieto, apenas me abraçando e silenciosamente
dizendo “estou aqui com você.”
-
Desculpa...- eu disse com a voz fraca, levantando a cabeça do peito dele e me
sentando corretamente no sofá.
Ele
sorriu e secou as lágrimas que escorriam do meu rosto. Levantou e foi até a
cozinha de onde voltou pouco tempo depois com um copo de cristal cheio de água
e me entregou.
-
Bebe. - ele disse docemente e sentou ao meu lado de novo. Eu fiz o que ele
disse e, ainda tremendo, tomei todo o conteúdo liquido do copo. - Agora respira
fundo e me conta o que aconteceu.
-
Minha vida... Toda a minha vida é uma grande mentira. - eu disse e me obriguei
a não chorar de novo. Joe não disse nada o que me fez entender que ele apenas
me ouviria antes de dizer qualquer coisa. - Quando você me ligou hoje eu estava
a caminho do escritório do meu pai e ao chegar lá e entrar na sala dele eu o vi
aos beijos e amassos com minha suposta melhor amiga! Então, depois do choque,
decidi que contaria tudo a minha mãe e voei até em casa, apenas pra descobrir
que minha mãe também traia o meu pai. - fiz uma pausa e olhei pra Joe que
estava concentrado em tudo o que eu dizia. - Com meu noivo.
-
Uau! - foi o que ele disse e depois soltou um suspiro pesado. - Desculpa... -
Joe sussurrou essas palavras e eu o olhei com cara de interrogação. - Você
estava me ligando e eu não atendi. Desculpa por isso...
Eu
sorri minimamente e balancei a cabeça como que diz "esquece isso".
-
Vou fazer um chocolate quente pra você. - ele disse e pôs-se de pé.
Estranhamente
ele parecia não ter dado bola pro que eu havia dito. Será que tinha sido clara
o suficiente?
-
Não precisa... - eu disse com a voz fraca e acenei com a mão. Mas ele não me
deu ouvidos e caminhou até a cozinha. Eu respirei fundo e o segui.
-
Joe - eu o chamei enquanto me sentava em uma cadeira próximo a bancada. Ele
resmungou algo como "hm". - Você realmente ouviu tudo o que eu disse?
-
Bom, a ultima vez que fui ao otorrinolaringologista meus exames estavam
perfeitos. - ele respondeu dado de ombros e eu revirei os olhos. Será que ele
não levava nada a sério?
-
Então porque parece que não acabei de te contar tudo o que te contei? -
perguntei com a voz um pouco irritada.
-
Que reação você esperava de mim? - ele virou-se pra mim ao perguntar isso,
depois de ter acendido o fogo em baixo da chaleira com água. Eu nada respondi.
- Queria que eu tivesse ido atrás do seu pai e quebrado a cara dele e depois a
do seu noivinho?
-
Não! - eu exclamei com o cenho franzido.
-
Queria que eu dissesse que tudo vai ficar bem, que isso é normal e depois passa?
- ele disse com a expressão séria. - Desculpa, mas eu não costumo mentir.
Fiquei
em silêncio. Nos apenas sustentamos o olhar um do outro. Por fim ele deu um
longo suspiro e fitou o chão por alguns longos segundos.
-
Eu te conheço há poucos dias, Demetria, não sei nada da sua vida, mas pelo o
que você e minha mãe contaram ela parecia perfeita. - ele disse enquanto
caminhava até perto de mim e segurava minhas mãos. – Eu nem consigo imaginar o
quanto está doendo, mas eu nada posso fazer pra impedir essa dor porque ela faz
parte da situação. Mas eu posso te fazer um chocolate quente e te dar meu ombro
pra chorar.
Eu
não podia acreditar que aquelas palavras estavam saindo da boca dele. Como ele
podia ter o texto certo para aquela situação? Foi estranho, mas naqueles breves
minutos em que nossas mãos ficaram unidas, a dor pareceu nunca ter existido.
-
Eu, tenho que ir... – disse depois de largar as mãos dele e parecer sair de um
transe. - Preciso procurar um hotel pra passar a noite. Não tenho estômago pra
entrar na minha casa agora...
-
Então, nem precisa se mexer daí - ele disse e, depois de servir os chocolates
nas canecas me entregou uma e me puxou pela mão escada a cima. - Você pode
ficar aqui hoje. Ou o quanto quiser...
Joe
abriu uma porta que ficava ao fim de um corredor e me permitiu ver um quarto
inteiramente rosa, com prateleiras cheias de bonecas de pano e de porcelana. A
cama estava coberta com uma colcha de poá rosa e branco e em cima dela havia
mais duas bonecas, ambas de pano.
-
Não sabia que a senhora Mathews tinha uma filha. - eu disse enquanto caminhava
até a cama e segurava uma das bonecas em minhas mãos.
-
Minha irmã não viveu mais que seis anos. - ele disse olhando para mim e eu não
pude evitar a surpresa com o que foi dito. - Sophie, era o nome dela.
-
Como ela... - não consegui terminar a frase, mas Joe entendeu o que eu quis
perguntar.
-
Acidente de carro. - ele respondeu. - Depois disso, minha mãe entrou em
depressão e meu pai não segurou a barra e se separou. Ela mudou pra cá e achou
melhor eu ficar com ele em Londres. E o resto da história você sabe.
-
Ela nunca me contou sobre isso. - eu disse baixinho, mas pra mim mesma que pra
ele. - Será que ela não vai se importar?
-
Tenho certeza que não. - ele disse e piscou pra mim sorrindo minimamente. - Vou
pegar uma blusa minha e toalha pra você. Volto em um minuto.
Acenei
com a cabeça e sentei na cama. Não soube explicar, mas estar ali naquele quarto
depois de saber aquela história me fazia sentir menos mal. De certa forma, me
senti protegida ali. Não demorou muito e Joe voltou com as coisas e me
entregou.
-
Sua mãe vai demorar? - eu perguntei, dando um gole no meu chocolate que a essa
altura não estava mais tão quente.
-
Ela deve chegar só de manhã. Porquê? - perguntou com uma cara de desconfiado.
-
Nada, apenas pra saber... - disse dando de ombros.
-
Bom, Demi, vou te deixar à vontade... Se precisar de qualquer coisa, meu quarto
é bem em frente ao seu.
Sussurrei
um obrigada e o acompanhei com o olhar até que ele fechasse a porta. Respirei
fundo, mas ao fechar os olhos as imagens voltaram a minha cabeça, me fazendo lembrar
tudo, inclusive da dor. As lágrimas vieram rápidas e traiçoeiras, eu mal tive
tempo de pensar em controlá-las. Senti o peito apertar ao mesmo tempo em que
uma dor aguda se apossava dele. Eu estava sozinha.
Ao
abrir os olhos vi as paredes se aproximando de mim, prestes a me esmagar. Por
mais que tentasse não conseguia respirar, pois o ar parecia cada vez mais
escasso. Levantei da cama na tentativa desesperada de sair dali, mas era como
se minhas pernas não obedecessem meu comando.
Quando
finalmente consegui sair do quarto, bati desesperadamente na porta de Joseph.
Assim que o vi, não deixei nem que falasse e o abracei, tão forte que achei que
fôssemos fundir. Ele acariciou meus cabelos e me apertou contra ele também. Eu
nunca me senti tão segura. Era estranho se apegar a alguém que você mal
conhece, mas me parecia fácil e natural confiar em Joe. Confiar. Será que algum
dia eu realmente voltaria a saber o que eu essa palavra significa?
Continua...
* "Toda a minha vida eu joguei como um vencedor, agora tudo o que
vejo no espelho, demônios na minha cabeça. Os demônios na minha cabeça. Todo
esse tempo, o santo foi um pecador. A piada está em mim, um assassino frio de
pedra. Demônios na minha cabeça, demônios na minha cabeça."
n/a: Oi!! Me apresentado aqui no blog, eu sou a Sahmira, irmã da Sammy
(e a culpada pelas inúmeras citações de músicas do The Wanted nas fics dela,
inclusive a desse capítulo, que é uma das melhores do novo cd deles ^-^). A
mana viajou mas deixou 2 cap. p/ eu postar por ela e tá aqui um deles, se
quiserem comentar eu agradeço e respondo viu amadas, e se alguém quiser seguir
meu fc é @herewithtw. Enfim, espero que gostem da att, bjus e até a próxima
^-^.
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