Capítulo 6 – Um raio de sol.

O sol brilhava intensamente do lado de fora da janela, por onde eu podia ver os vizinhos saindo de suas casas para aproveitar o dia em atividades diversas. O céu estava especialmente azul e com nuvens que mais pareciam algodão doce. O vento soprava forte, trazendo um frescor reconfortante para o calor, que não era tão intenso, mas, ainda assim, incomodava um pouco. O dia estava realmente bonito e curiosamente atípico.

Há duas semanas que eu não perco mais meu tempo antes de dormir chorando; que não acordo apavorada por causa de um pesadelo; que não sinto vergonha de me olhar no espelho e nem culpa por estar sorrindo. Eu já não me sentia mais tão culpada assim. Parecia que, finalmente, os dias de chuva haviam ficado para trás.

Perdida em pensamentos, mal notei a voz de Tom Parker* começar a cantar a primeira estrofe de Gold Forever*, um sinal de que alguém me ligava. Assim que meu cérebro entendeu a mensagem, despertei pra realidade e corri até a mesinha onde estava o aparelho. Verificando o visor, sorri sozinha quando vi quem me ligava.

- Oi, senhor Jonas. – disse assim que levei o celular á orelha.

- Nossa, quanta formalidade pra atender um amigo. – Joe respondeu rindo do outro lado da linha. – O que está fazendo, senhorita Lovato?

- Nada... Pensando na vida, apenas. – respondo deitando-me na      cama e mirando o teto.

- Então você está perdendo esse dia lindo de sol? Não acredito! – Joe disse em tom de incredulidade me fazendo rir. – Vou ter que te salvar dessa reclusão?

- Hm e quem disse que eu quero? – perguntei em tom de desafio e foi a vez dele rir.

- Claro que você vai querer. Quem recusaria uma companhia tão agradável como a minha? – ele disse e não pude controlar a gargalhada que ecoou pelo quarto.

- Nossa! Como você é convencido! – eu disse revirando os olhos, mesmo que ele não pudesse ver.

- Que isso... Apenas realista. – ele respondeu e eu pude imaginar a expressão dele ao dizer aquilo. – Mas então, vamos?

- Podemos chamar a Miley e o Liam? – perguntei mordendo o lábio inferior. –

- Hm, claro... Podemos sim. – Joe respondeu.

- Ok, então, vou ligar pra Miley e você liga pro Liam, nos encontramos em frente a Subway, tudo bem?

- Pra mim está perfeito, te vejo daqui a 30 minutos? – ele perguntou meio desconfiado.

- Joe, se pra uma mulher já é bem difícil se arrumar em 30 minutos, imagina só duas! – eu disse e ele riu como se já esperasse por essa resposta. – Daqui a mais ou menos uma hora estaremos lá, ok?

- Eu tenho escolha? – ele perguntou rindo divertido. – Nos vemos lá, Demi.

- Tchau, Joe.

Depois que encerrei minha conversa com Joe, liguei pra My e a convidei pra ir com a gente. Óbvio que ela aceitou, principalmente quando mencionei que Joe pretendia levar Liam com ele. Tão previsível essa minha amiga...

Depois do banho, enquanto escolhia que roupa vestir, me peguei pensando em Nick e me senti mal por excluí-lo disso. Mas ele estava bem insuportável esses dias. Sempre pegando no pé do Joe e desconfiando de tudo o que ele faz. Minha aproximação de Joe, sem querer, me afastou de Nick. Meu coração doeu ao pensar nisso e, por impulso, peguei o telefone e disquei o número que eu jamais esqueceria, poderiam se passar mil anos.

- Alô? – a voz que atendeu parecia cansada.

- Hm, oi Nick, é a Demi. – eu disse meio sem jeito.

- Ahn... Oi linda. Aconteceu alguma coisa? – ele perguntou preocupado.

- Não, é que... – soltei um suspiro pesado. – Fiquei com saudade.

Silêncio.

- Nick?

- Hm, também estou com saudade de você, Dem. – ele disse com a voz baixa.

- Você, vai fazer alguma coisa agora? – perguntei a ele, sem saber se o convite que pretendia fazer era certo.

- Não exatamente... Por que?

- É que... Eu queria saber se você estava a fim de sair... Comigo? – mordi o lábio inferior em sinal de apreensão.

- Claro! – a voz dele pareceu ficar uma oitava mais contente. – Que horas eu posso buscar você  aí?

- Então, na verdade... Nós combinamos de nos encontrarmos em frente a Subway... – fechei os olhos, esperando que aquilo não fosse problema.

- Quem, exatamente, é “nós”? – ele perguntou, mesmo já sabendo a resposta.

- Ai, Nick... Para com essa implicância! – eu disse na tentativa de fazê-lo mudar de ideia.

- Eu sabia... – ele sibilou. – Olha, Demi... Eu não sei o que é, tá legal?! Mas alguma coisa me diz que esse cara vai te fazer mal!

- Besteira. – eu disse com firmeza. – Você não vê? Eu nunca estive tão bem e feliz e isso tudo tem acontecido desde que Joe apareceu, ele consegue me fazer sorrir como há muito eu não fazia. A presença dele só tem me feito bem...

- A presença dele e a minha ausência né?! – ele disse, forçando um riso no final.

- Nick, não é bem assim...

- Tudo bem, Dem... Eu sou seu melhor amigo e quero te ver bem e se ele está te fazendo bem, eu fico feliz. – ele disse com a voz baixa.

- Nick...

- Você tá perdendo tempo falando comigo, a Miley tá quase pronta. Você vai se atrasar...

Silêncio.

- Divirta-se.

Foi a última palavra que ouvi antes da ligação ser encerrada por Nick. Não era justo comigo. Não era! Por um momento pensei em desistir de sair, mas logo a ideia foi embora. Nick estava sendo infantil e, por uma implicância boba, estava me perdendo. Isso doía muito, mas eu não podia parar minha vida por causa disso. Não de novo. Uma hora ele vai enxergar que esse ciúme idiota só está me afastando dele e vai repensar seus atos e, então tudo ficará bem.

Assim eu esperava...

***

- Nossa! Eu NUNCA mais peço molho picante... Aquilo impregnou o sanduíche inteiro! – eu dizia entre risos enquanto eu e Joe íamos em direção a minha casa.

Miley tinha nos deixado de carro na esquina de onde eu morava e depois seguido caminho para deixar Liam em casa. O dia tinha sido um dos mais divertidos que já havia vivido e minha barriga ainda doía de tanto rir.

Era impressionante o quanto eu me sentia completa ao lado deles. Ao lado de Joe. Esse sentimento a cada dia fincava raízes mais fortes m meu peito e eu não sabia dizer se isso era bom ou ruim. A única coisa que eu sabia é que não havia medo. Nunca houve.

Eu confiava em Joe.

- Mas você exagerou no molho, era pra ter pedido só um pouco! – ele disse ainda rindo.

- E eu ía adivinhar? - eu disse já em frente de casa.

- Bem, chegamos... – ele disse colocando as mãos nos bolsos.

- Pois é... – eu disse retorcendo a alça da bolsa em minhas mãos.

- Bom... Até amanhã. – ele disse e eu sorri. – O que foi?

- É que isso tá me lembrando de outro momento... – eu disse fazendo referência a primeira vez que saímos juntos. Joe pareceu lembrar-se também, já que riu meio sem graça e coçou a nuca.

- Bem, mas ele pode terminar diferente dessa vez...

E nesse momento todas as palavras sumiram da minha cabeça. Toda e qualquer reação que eu tive parecia acontecer em câmera lenta. E, no momento em que os lábios de Joe encostaram-se aos meus, o mundo pareceu parar e tudo ao meu redor sumiu, como se eu estivesse em uma realidade paralela. Quem sabe eu realmente estivesse.

Nossos lábios se separaram depois de algum tempo, que nunca saberei mensurar. Não foi nenhum beijo cinematográfico, mas nem precisava ser. Independente disso, foi perfeito.

- Boa noite, Demi. – ele disse enquanto acariciava meu rosto com o polegar. Seus olhos ainda bem próximos aos meus revelavam alguma coisa que não pude entender. Não naquele momento.

- Boa noite, Joe.

Mais um selinho e então ele se foi.

Entrei em casa com o coração ainda palpitando dentro do peito. Como se uma bateria de escola de samba ensaiasse dentro de mim. Encostei-me à porta, já do lado de dentro, e sorri boba. Eu estava feliz. Novamente.

No momento em que pus os pés no primeiro degrau da escada a campainha soou. Quem poderia ser? O meu cérebro, feminino e adolescente, logo formou a imagem de Joe sorrindo e dizendo que sentiu saudades e logo depois me segurando pela cintura e me beijando intensamente. Mas ao abrir a porta essa imagem se quebrou, como um cristal.

- Nick? – meu melhor amigo estava parado na minha frente, pálido e ofegante, segurando na mão um recorte de jornal.

A frase dita por ele fez cada osso do meu corpo tremer. E, como por ironia, eu senti medo.

- Eu descobri o segredo do Jonas! 

Continua...

n/a: Olha quem apareceeeu!!! \o/ kkk Pois é, amores, a situação está complicada :/ meu notbook ainda não está pronto e eu ODEIO o computador de mesa lá de casa, porque ele é mais lerdo que todos os lovatics juntos! (piada infame, desculpe u.u) Então, hoje eu consegui o not do meu namorado emprestado e pude escrever e postar pra vocês, mas EU NÃO VOU PARAR DE POSTAR A FIC ok?! Eu posso só demorar um pouco pra postar os capítulos, mas eu vou até o fim com ela, até porque tem outras na fila hehehe :DD É isso amores, espero que tenham gostado do capítulo, comentem bastante e até breve (assim espero .-.) BEIJOOOOOOS!!!! :****

p.s.: Esse acontecimento do molho picante na Subway foi baseado em fatos reais que aconteceu adivinhem com quem?? Isso mesmo, com minha irmã! Porque ela é mestre nesses desastres com comida u.u 

* Tom Parker é um dos integrantes da banda britânica The Wanted, também integrada por Nathan, Jay, Siva e Max. 
* Gold Forever é uma música que pertence a boyband The Wanted. Linda demais! u.u

RESPOSTAS DO CAPÍTULO 5 AQUI