Oi, amores! Hoje a música será essa e vocês podem colocar pra tocar agora, já no início do capítulo! ;)
***
Nunca pensei que voltar pra casa
seria tão ruim. Mesmo com zeros a mais na minha conta bancária, mesmo amando o
lugar onde eu morava, mesmo sabendo que era o certo, nada disso me reconfortava.
De que adiantava estar em casa, se ela não estava lá?
Foi decepcionante abrir a porta
da frente e deparar-me com a casa vazia, exatamente como estava minha vida
naquele momento. Não havia ninguém ali, ninguém com quem compartilhar minhas
experiências, ninguém com que conversar, nem ao menos em quem descontar toda
essa minha mágoa e tristeza. Eu estava completamente sozinho.
You say you wander your own land
(Você
diz que perambula em sua própria terra)
But when I think about it I don't see how you can
(Mas
quando eu penso nisso eu não vejo como você pode)
You're aching, you're breaking
(Você
está sofrendo, você está quebrando)
And I can see the pain in your eyes
(E
eu posso ver a dor em seus olhos)
Says everybody's changing and I don't know why
(Diz
que todo mundo está mudando e eu não sei por quê)
Adentrei a casa e fechei a porta
atrás de mim, joguei minha mala e as chaves do carro no sofá e me arrastei até
a cozinha. Senti-a péssimo, acabado, como se um caminhão carregado com areia
tivesse passado por cima de mim... Várias vezes!
Abri a geladeira e tirei de lá
uma garrafa com suco, despejei o líquido laranja em um copo e o tomei,
sentindo-o umidificar minha boca e proporcionar uma sensação boa de satisfação.
Repeti o ato, sem pensar muito, concentrar-me no suco e em como ele agia em
mim, fazia-me esquecer do que ocupava minha cabeça e, nem preciso dizer, vocês
já devem saber quem a ocupava. Sempre ela!
So little time
(Tão pouco tempo)
Try to understand that I'm
(Tente
entender que eu estou)
Trying to make a move just to stay in the game
(Tentando
fazer um movimento só para continuar no jogo)
I'm trying to stay awake and remember my name
(Eu
tento ficar acordado e lembrar meu nome)
But everybody's changing and I don't feel the same
(Mas
todo mundo está mudando e eu não sinto o mesmo)
Demi não entrou em contato comigo
depois que saiu do hotel, nem eu tive a sorte de encontrá-la por coincidência
novamente. Durante toda a viagem, minha vontade era que aquele avião caísse,
com certeza a dor de morrer seria menor que a dor que se instalou em meu peito
desde que perdi a sensação dela em minha pele.
Com a maior dificuldade do mundo,
subi as escadas, jogando as peças de roupa que tirava do meu corpo pelo
caminho. Ao chegar no banheiro, já estava apenas de boxer, fechei a porta e
olhei-me no espelho e nem sequer reconheci aquele homem no reflexo. Não era eu,
aquele li no espelho estava bem longe de ser o Joseph Jonas que existiu a mais
de dois anos atrás, antes de tudo, antes de eu quase casar, quase ser pai,
quase ter Demi pra mim... Antes de eu quase ser feliz.
You're gone from here
(Você se foi daqui,)
Soon you will disappear
(logo você irá desaparecer)
Fading into beautiful light
(Sumindo
em uma luz bonita)
Cos everybody's changing and I don't feel right
(Porque
todo mundo está mudando e eu não me sinto bem)
Passei as mãos pelos cabelos e
joguei um pouco de água no rosto, tirei a peça de roupa que faltava e entrei em
baixo do chuveiro, deixando a água fria cai sobre mim, massageando, de forma
quase dolorida, minha pele. Então, como uma luz que se acende, a realidade me
arrebatou e me vi completamente sozinho.
Levei as mãos ao rosto no momento
em que as primeiras lágrimas começaram a descer, confundindo-se com a água que
caia do chuveiro. Parecia patético um homem de 27 anos chorar feito um bebê,
mas eu não me importava. Precisava por aquilo pra fora, antes que me sufocasse
por dentro.
So little time
(Tão pouco tempo)
Try
to understand that I'm
(Tente
entender que eu estou)
Trying
to make a move just to stay in the game
(Tentando fazer um movimento só
para continuar no jogo)
I'm
trying to stay awake and remember my name
(Eu tento ficar acordado e
lembrar meu nome)
But
everybody's changing and I don't feel the same
(Mas todo mundo está mudando e eu
não sinto o mesmo)
Eu não tinha mais ninguém em
minha vida, não tinha Ashley, não tinha Demi... Que perspectiva de vida eu
teria dali em diante se eu não conseguia tirar Demetria da minha cabeça! Como
seguir em frente como ela pediu? Como fingir que não sinto nada, quando na
verdade tudo o que eu mais queria era tê-la aqui comigo? Como ser feliz, sem o
único motivo de felicidade que meu coração reconhecia?
Senti meus joelhos cederem e me
vi sentando no chão com a água caindo sobre mim. Queria poder ficar ali para
sempre. Na segurança da minha casa e no conforto do piso do meu banheiro com a terapêutica
água sobre a minha pele.
So little time
(Tão
pouco tempo)
Try
to understand that I'm
(Tente entender que eu estou)
Trying
to make a move just to stay in the game
(Tentando fazer um movimento só
para continuar no jogo)
I'm
trying to stay awake and remember my name
(Eu tento ficar acordado e
lembrar meu nome)
But
everybody's changing and I don't feel the same
(Mas todo mundo está mudando e eu
não sinto o mesmo)
Oh,
everybody's changing and I don't feel the same
(Oh, todo mundo está mudando e eu
não sinto o mesmo)
Perdi a noção das horas e quando
dei por mim, minha mão já estava completamente enrugada. Levantei-me e fechei o
chuveiro, pegando a toalha em seguida e enrolando-a em minha cintura saindo do
banheiro em seguida.
Já no quarto sentei-me na cama e
fitei a parede branca como se fosse a coisa mais interessante do mundo e me
perdi em pensamentos, como se estivesse em um mundo paralelo, até que, não me
pergunte como, caí em um sono profundo.
Estava
em uma sala muito clara por causa dos fortes raios de sol que entravam pelas
grandes janelas que rodeavam o cômodo, não havia móvel, apenas o chão
perfeitamente encerado e brilhante. Eu estava sozinho.
Comecei
a andar pelo lugar, que era grande pra uma sala comum, parecia mais um salão.
Avistei, do meu lado esquerdo, uma grande porta de vidro e atrás dela, eu podia
ver nitidamente, estava Demi. Vestida com suas roupas de balé e fazendo aqueles
movimentos graciosos que a faziam parecer um anjo. Os raios de sol a deixavam
com uma espécie de aura ao redor, reforçando a imagem angelical que ela tinha.
Fiquei
ali, parado, observando cada detalhe, cada gesto, até que Demi levantou o olhar
e encontrou os meus pelo reflexo do espelho e sorriu, fazendo-me retribuir o
gesto. Mas quando pensei em avançar, abrir a porta de vidro que nos separava, percebi
a sombra de alguém atrás de mim, alguém que não apareceu no reflexo do espelho.
Virei-me
para trás e percebi que Jay avançava sorrindo e que o sorriso de Demi era para
ele. Jay levou a mão até a maçaneta da porta, passando por mim como se não
estivesse ali, atravessou a sala e foi de encontro a minha garota que o recebeu
com um beijo.
Aquela
cena me desesperou, fazendo-me sair do estado de paralisação e ir até a porta,
mas ela não abria. Olhei para os dois que estava lá dentro e percebi que o
beijo havia sido aprofundado. Continuei a forçar a porta sentindo o desespero crescer
em mim. Eu precisava tirar Demi dali.
A
cena continuou e fitei, aflito e apoderado de um ódio eu nem eu sabia que podia
sentir, o cara descer a blusa de Demi até a altura da barriga e começar a
massagear os seios dela. Senti uma repentina ânsia de vômito enquanto começava
a chutar a porta que parecia feito de um vidro inquebrável.
Eu
gritava o nome dela com toda a minha força, mas minha voz não saía, batia na
porta e chutava, porém eram como baques surdos. Enquanto me desesperava do lado
de fora, lá dentro os dois estavam quase nus e se agarravam de um jeito
violento. As lágrimas de raiva e repúdio começaram a surgir em meus olhos ao
ver Demi, minha Demi naquela cena grotesca.
Uma
música que eu conhecia começou a tocar ao fundo, mas ela destoava completamente
da cena. Olhei ao redor para ver se encontrava de onde vinha a melodia, mas não
encontrei nada. De repente, senti-me sendo puxado dali, e vi Demi desaparecer
da minha visão.
Então, acordei com o som do
celular, estridente, vindo de algum lugar do chão. Abri os olhos e senti meu
coração pulsar como louco dentro do peito. O sonho ainda recente em minha
memória. Toquei em meu rosto e senti o suor que escorria de minha testa e vi
que ela se misturava com as lágrimas em minhas bochechas.
Levantei meu corpo na cama e
demorei alguns minutos para lembrar que devia procurar meu celular. Cambaleei
até onde estava minhas calças e peguei o aparelho dentro do bolso. Antendi sem
nem ao menos ver quem era.
- Alô. – eu disse com a voz
arrastada.
- Bro? Acordei você? – era a voz
de Nick do outro lado da linha.
- Sim, mas, acredite, me fez um
grande favor. – eu disse caminhando de volta a cama e sentando-me nela.
- Pesadelo? – ele perguntou meio
sem jeito.
- Foi... E o pior que é daqueles
que perece bem real. – eu disse, passando as mãos pelos cabelos.
- Nossa... Sei como é... – ele disse
com a voz longe.
- Ok, mas você não ligou apenas
para me acordar, certo?! – eu disse tentando mudar de assunto.
- Não cara, liguei pra te
convidar a ir comigo em um lugar novo que inaugura hoje, topa? – ele perguntou
animado.
Eu pensei por alguns instantes e,
sem que eu pedisse, é claro, as imagens de Demi nua nos braços de outro fizeram
meu coração doer, mas enxergar a realidade. Ela estava com ele nesse momento e enquanto
eu chorava e me martirizava por tudo, ela estava transando com ele em algum
lugar de Londres. Não era justo.
- Joe? Ainda tá aí? – Nick me
chamou depois de eu ter ficado um tempo em silêncio.
- Tô sim cara e sim, eu vou com
você! – respondi pondo-me de pé e caminhando até o armário, sentindo-me mais
confiante do que há poucos horas atrás.
Despedi de meu irmão e comecei a
trocar de roupa, em menos de vinte minutos estava pronto e depois disso,
passaram-se no máximo dez minutos até Nick chegar. Antes de sair de casa
prometi a mim mesmo que não me sentiria culpado por nada, nem tão pouco preso a
um sentimento que, pelo visto, apenas eu continuava a cultivar. Essa noite o
Joe que eu abandonei em algum lugar lá do passado, estaria de volta.
Chegamos ao local e tudo me
parecia tão absurdamente novo. Como se a muito tempo eu não me sentisse bem em
fazer algo e esse sentimento de diversão e ansiedade fez-me sentir um
adolescente outra vez.
Dentro do local, muitas pessoas
dançavam e bebiam, espalhadas pelo salão ou em mesas redondas em cores
berrantes e feitas de acrílico. Caminhei com Nick até o bar e ocupamos dois
bancos próximos ao balcão, onde pedimos nossas bebidas.
- Então? Como foi a viagem? –
Nick perguntou, sem olhar diretamente pra mim.
- Normal. – disse dando de
ombros.
- Apenas normal? – ele insistiu.
- Eu encontrei com ela. – disse,
por fim, depois de um longo suspiro. – Ela está mesmo namorando e aparentemente
melhor sem mim.
- E você? – ele disse, dessa vez
me encarando.
- Eu o quê? – perguntei, mirando
a bebida que o barman acabava de por em minha frente.
- Está melhor sem ela? – Nick perguntou,
antes de virar a garrafa de cerveja.
- Vou ficar, a partir de hoje. –
disse e bebi minha cerveja.
Ficamos conversando, bebendo e
vendo a movimentação na pista de dança. Nick já estava com uma menina do lado e
eu me sentia cada vez mais patético por não me sentir atraído por nenhuma das
centenas de mulheres que rebolavam na pista.
Pedi licença e fui ao banheiro,
mas assim que cheguei na porta, uma mulher tropeçou e quase caiu, mas eu a
segurei.
- Opa! Essa foi quase... – ela disse
sorrindo e levantou os olhos para me olhar. Foi quando a reconheci.
- Mandy? – perguntei e ela
franziu a testa.
- Como sabe meu nome? – ela perguntou
meio assustada.
- Não se lembra de mim? Joe, da
faculdade! – eu disse e ela começou a olhar mais de perto para mim.
- Oh meu Deus! Joe é você? – ela
disse e jogou-se em meus braços em um abraço apertado.
Mandy e eu éramos amigos na
faculdade, daqueles que não se largam por nada e são como irmãos. Nunca tivemos
nada de romântico, mas sempre a achei linda. Depois que acabamos o curso, Mandy
teve que mudar de estado e então perdemos contato. Mal podia acreditar que a
estava vendo depois de tanto tempo.
- Nossa, como você mudou! – ela disse,
agora tocando em meu rosto e me fazendo rir.
- Você também mudou, está mais
bonita! – eu disse e ela me deu um tapa no braço. Típico.
- E Ashley? Ainda estão juntos? –
ela perguntou colocando as mãos na cintura.
- Hmm, longa história, mas se
você aceitar sentar-se comigo eu conto tudo o que aconteceu comigo nesses
últimos anos. – eu disse e estendi o braço para que ela pegasse, o que Mandy
fez sorrindo.
Fomos até onde Nick estava, mas
ele já havia saído dali. De certo foi para um lugar mais reservado com a tal
mulher. Comecei a contar para Mandy todos os acontecimentos dos últimos anos,
inclusive sobre Demi. Isso fez-me sentir bem, como há muito não sentia.
Algo me dizia que, agora, tudo
estava certo. Eu estava seguindo meu caminho e reencontrar com Mandy me fez
acreditar, ainda mais, que o velho Joe estava de volta e, junto com ele, minha
felicidade.
Continua...
N/a: Heeeeeeeey todo mundo!!! :)) Como estão? Espero que bem :) Capítulo que começa depressivo, mas tem uma reviravolta no fim né?! O que acharam? Joe chutou a depressão pra longe e foi ser feliz!! \o/ #amo Lindas, como já disse antes, a fic está no fim, mas peço que continuem comentando ok?! Nem preciso dizer que vocês são meu combustível né?! :D É isso, amores... Aproveitem o capítulo e até a próxima! Bjs! :**
*O título do capítulo é o nome de uma música, perfeita, da, também perfeita, Avril Lavigne e sua tradução é: Ninguém está em Casa.
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